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Entrevista Bira do Pindaré: Roseana também é culpado pelos problemas de São Luís

Do Vias de Fato

No próximo dia 25 de março será dado um passo para a escolha do candidato do PT a prefeito de São Luís. Nesta data serão realizadas as prévias que definirão os 220 delegados que, no dia 15 de abril, vão escolher o nome do futuro candidato petista. O resultado desta disputa, que envolverá mais de três mil votantes, altera de forma significativa a eleição em São Luís, pois, estarão na disputa o vice-governador Washington Luís, contra o deputado estadual Bira do Pindaré.

Washington, caso seja o candidato, será apoiado por Roseana Sarney, enquanto Bira integra a chamada “resistência petista”, isto é, o grupo de militantes do partido que se coloca em oposição ao grupo Sarney. Veja a seguir, a entrevista que Bira concedeu ontem ao jornal Vias de Fato.

Vias de Fato – Como está, hoje, a disputa interna no PT e quais as suas chances de se tornar o candidato do partido a prefeito de São Luís?

Bira do Pindaré – A disputa está acirrada, mas nossas chances são reais. Eu nunca vi a militância do PT tão disposta para lutar; o sentimento de mudança e renovação política em São Luís está exercendo forte pressão neste jogo; o voto será secreto. Por isso estamos otimistas. Se depender da opinião livre e espontânea dos filiados ao PT venceremos a disputa interna.

Vias de Fato – Do ponto de vista político o que representa, em sua opinião, esta disputa entre você e Washington?

Bira do Pindaré – Essa disputa é mais um turno das sucessivas batalhas que travamos contra a oligarquia que há quase 50 anos domina o Maranhão. Representa o fortalecimento do Campo Democrático Popular e cria uma alternativa que derrote de uma vez por todas o modelo político concentrador de poder e riqueza.

Vias de Fato – O Washington já é, desde já, saudado pela impressa do Sarney, como candidato a prefeito de São Luís pelo PT. Está havendo alguma interferência do governo Roseana, ou de qualquer integrante deste grupo, no processo para a escolha do candidato petista?

Bira do Pindaré – Todas as interferências. Ele foi escolhido pelo Senador Sarney, em reunião na ilha de Curupu. Uma demonstração clara de subserviência e rebaixamento à oligarquia. O Vice não pensou duas vezes quando comunicado da decisão do PMDB em lançá-lo pré-candidato. Obediente, ele acatou a ordem imediatamente.

Vias de Fato – Antes deste processo atual, Washington lhe propôs um acordo com o PMDB? Fale sobre isso.

Bira do Pindaré – Ele convidou a bancada do PT na Assembleia Legislativa do Maranhão e anunciou a posição que o Partido deveria ter candidato próprio, no caso eu. Estavam presentes eu, os deputados Zé Carlos e Francisca Primo. Não fizemos alarde, mesmo porque, como diz o ditado popular: “quando a esmola é grande, o santo desconfia”. Ele propôs um acordo com o PMDB, mas deixamos claro, logo no começo das conversas, que poderíamos avançar em torno de um entendimento interno, exceto quanto a uma aliança com a oligarquia no MA.

Vias de Fato – Caso você se torne candidato a prefeito, qual seria o papel do atual vice-governador do Estado na sua campanha?

Bira do Pindaré – Espero que ele não atrapalhe. Se eu for escolhido como candidato a prefeito, nossa aliança será com o Campo Democrático Popular.

Vias de Fato – E se o Washington for o candidato do PT a prefeito? Você dividirá o palanque com os integrantes da oligarquia?

Bira do Pindaré – Nunca, jamais.

Vias de Fato – Como deputado estadual e pré-candidato a prefeito, como você observa as ações (e omissões) do governo Roseana em São Luís? Por exemplo, a Via Expressa? A negligência em relação ao conserto das adutoras do Italuís?

Bira do Pindaré – São Luís vai completar 400 anos. É a 27ª cidade mais violenta do mundo e a 5ª do Brasil, mais da metade da população ganha menos de dois salários mínimos. A Governadora mais atrapalha do que ajuda. O caso da Beija-Flor é emblemático. Considero um absurdo gastar R$ 10 milhões em uma publicidade duvidosa, era melhor na cultura e no turismo do Estado. Por exemplo, o Vinhais Velho poderia se tornar local de visitação histórica, como comunidade mais antiga do MA. O bairro está ameaçado pela obra da “Via Expressa” ou investir nas adutoras do Sistema Italuís e acabar com o drama da população de São Luís que até hoje carrega lata d`água na cabeça.

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