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Claro que política se discute

Por Chico Viana (médico e vereador de São Luís)

Postei no meu perfil do “facebook” uma nota sobre uma pesquisa de opinião pública da Exata, dando conta de que o prefeito João Castelo, na próxima l da sucessão municipal, estaria com uma ligeira vantagem sobre o segundo colocado, ex-deputado Flávio Dino, na pesquisa espontânea ( 2 %) e com três pontos abaixo, na pesquisa estimulada( 33 a 30%), dentro outras perguntas de avaliação.

O perfil, que já estourou o número permitido de 5.000 amigos, levando-me a criar o Perfil II que está chegando lá, respondeu de imediato. Em poucas horas, já tínhamos 139 comentários, de todos os tipos, e de todos os lados.

Este exercício de conversar diariamente com uma quantidade razoável de pessoas, cada qual com suas opiniões, nos leva a memoráveis discussões, civilizadas, sempre produtivas e, das quais, aproveito muito. Asculto uma parcela razoável da comunidade, de todos os níveis de formação cultural, e de todos os cantos da cidade. Dificilmente saio nas ruas em que não encontre um amigo do perfil. Há que se levar em conta, que esta amostragem reflete os que tem acesso às redes sociais, um universo muito pequeno ainda em São Luis, principalmente na periferia, dentre a população mais desprovida..

Especificamente em relação a essa postagem, percebi nítidos tipos de reação.

A primeira, mais volumosa, é implacável com a administração atual. Percebe-se claramente que, por mais que ela faça, se tornasse esta cidade em uma utópica cidade perfeita, ainda haveria reparos: não fez mais que sua obrigação. É uma população de sentimento sedimentada que não há quem os faça mudar de idéia, principalmente entre os jovens, e aí bate um pouco com a pesquisa do Duda Mendonça, resta mensurá-la devidamente, não a acho tão expressiva assim.

Uma segunda, mais tímida, nem por isso menos convincente, já provocadas pelas opiniões radicais dos contrários, também pecam pelo extremismo. Tudo é bom.Todos os problemas serão resolvidos, as promessas serão cumpridas integralmente, enfim, também aí vai um pouco de passionalidade.

Uma terceira, também já mais abundante, é o equilíbrio das opiniões, e a que mais retrata os fatos, movem-se pela razão.

Reconhecem que a carência do serviço público municipal à população ainda é grande. Áreas como saúde, educação, obras e saneamento, são as mais cobradas mas, nem por isso, deixam de reconhecer os avanços. Muitos testemunham que tanto foi feito na recuperação asfáltica e no asfaltamento total em ruas de bairros que há quase um quarto de século o reivindicavam. Reclamam da qualidade do trabalho inicial, e pedem mais, muito justo.

Na saúde pública, principalmente em relação aos Socorrões, a cobrança é incisiva, mas muitos, mesmo com acirrada cobrança, não deixam de registrar a repercussão da ausência de emergências públicas no interior do Estado, apenas um município a dispõe, Imperatriz e, do impacto causado pela desativação da emergência do Hospital dos Servidores, do Hospital “Getúlio Vargas”, o Pam Diamante, da transformação do Hospital Geral em um hospital, hoje limitado a campo de pós-graduações, etc… Mas continuam cobrando. Mui justamente eles dizem que não tem nada a ver com as causas, o que eles querem é não sofrer as conseqüências, e isso lhes foi prometido.

Uma surpresa, em um embate entre dois amigos do perfil sobre saneamento, um deles informou, e eu não sabia os detalhes, reconheço, que nada menos de sete dragagem de canais, estão sendo, ou já foram feitos na cidade, aqueles que expõe imundície a céu aberto , transbordam quando chovem: Cohab/Cohatrac, Anjo da Guarda, Coroadinho/Rio das Bicas, Rio Ganga, do Shopping Tropical e Mercado Central/Portinho, na verdade uma drenagem. É claro que o canal do Coroadinho, este eu já sabia, estava lá na entrega. Recordo-me que o então governador João Alberto se consagrou por fazer apenas um canal, aquele da Camboa..

O assunto rendeu, com também rendeu incongruências. Uma amiga comentou: “Se o Prefeito não tem capacidade para gerir seus recursos, ficou na pindaíba, gastando tudo que tinha, como vai administrar recursos dos outros”? Eu retruquei: “Pensando bem, neste específico aspecto, até que é um elogio, ou seja, ele ser pródigo com o que é seu. Já viram alguém que foi Governador, depois senador, ficar na pindaíba? Pois segundo a opinião da amiga do perfil ficou, não soube administrar seus recursos.Os que foram homens públicos e souberam multiplicar seu patrimônio, estes sim, são os bons, ora, ora.”

Eu me coloco na posição onde a razão prevalece. Fez muito e falta muito, mas não se pode cobrar de um gestor que em quatro anos, o deixaram de fazer em 25, pelo menos.Nem o gestor deve prometer em campanha tal fantasia.

Outro assunto. A OAB paga a CESP pra fazer o Exame da Ordem R$ 84 , e cobra de cada candidato R$ 200. O Ministério Público Federal fez as contas: “Se considerarmos foram em um só exame , em 2010, foram 95.764 inscrições veremos que nada menos que R$ 11.108.624 foram destinadas a OAB que só teve obrigações financeiras na publicação dos editais, listagens e comunicados, cobertura de eventuais isenções, e alguns deslocamentos.”

Ainda argumenta que naquele ano, foram dois exames, em 2012 serão quatro. Basta fazer as contas, se a quantidade de candidatos forem os mesmos, e teremos 2010 R$ 40 mi, em 2012, CR$ 80 milhões.

Por tudo isso, e “considerando que os exames da OAB são tidos como concurso público, sendo regidos pela Lei 8.112/90 que dispõe seu artigo 11 que o valor da inscrição paga. somente será exigida quando indispensável ao custeio do exame, O Ministério Público Federal ajuizou uma Ação Cível Pública seja impedida de cobrar pelo inscrição, e se o fizer o valor seja estritamente o necessário para cobrir as despesas.” Adeus lucro.

A gente começa a entender o porquê de tantos exames e reprovações no exame da OAB. Será o assunto da próxima semana.

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