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A falha do negociador

Editorial do Jornal Pequeno

Como querem entender alguns, juventude nem sempre é sinônimo de estultícia e inaptidão profissional e gerencial. Um exemplo disso está na capacidade demonstrada pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior de prevenir, administrar e evitar crises que poderiam ter explodido logo no início de seu governo. Crises cozidas, recheadas e colocadas à venda pelo Sistema Mirante de Comunicação, diga-se de passagem.

Antes que explodisse uma greve no Sistema de Transportes Coletivos, o que, inclusive, tem se repetido em outras capitais, o prefeito conseguiu reunir o sindicato dos rodoviários e o sindicato patronal e, pela via do diálogo e do convencimento, evitar o que parecia ser uma paralisação anunciada.

holanOs argumentos da administração recém-inaugurada calaram junto aos motoristas, empresários e usuários de transportes coletivos e vice-versa e o movimento arrefeceu na altura das negociações coordenadas pelo poder público.

A crise no Sistema de Educação escancarou-se com a falta de escolas, a descontinuidade no calendário escolar, o descontentamento dos professores com a defasagem salarial e mais a insegurança presumida dos estudantes quanto ao futuro de suas escolaridades e, por conseguinte, ao próprio futuro profissional.

Outra greve que também não aconteceu porque o prefeito conseguiu agir a tempo, sempre pelo muito pouco percorrido caminho do diálogo, da aquiescência, do entendimento, da negociação.

A Prefeitura colocou em dia o pagamento dos funcionários públicos municipais e antes que se materializasse o dissídio coletivo da categoria lá estava o prefeito Edivaldo Holanda Júnior sentado na mesa de negociações com representantes das entidades e o sindicato de professores.

Nesse caso, o reajuste dos professores e demais funcionários, entre 7,5% e 9,5%, e concessões de parte a parte, materializaram o acordo que, atendendo inclusive a interesses dissidentes, pacificou a gestão pública de São Luís.

Em geral a negociação política, principalmente no que tange a interesses coletivos, requer muita experiência do gestor público ou quem seja o negociador. Mas anote-se que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior está apenas iniciando sua carreira no Executivo e, para desespero dos que torcem pelo insucesso de sua administração, desempenha com eficácia o papel do bom negociador.

E lida bem com isso quer seja junto às representações partidárias, isolando os adversários umbilicalmente ligados a Sarney, quer seja no trato com trabalhadores, funcionários, estudantes e entidades patronais. Talvez porque seja franco, leal e acessível e não enrole nenhuma categoria como fez o governo do Estado durante anos com o Estatuto do Educador, Holanda Júnior tem conseguido sucesso nas mesas de negociações e extraído daí o que é melhor para todos.

Infelizmente, apesar de toda essa demonstrada competência para a negociação e o diálogo e de reiteradas tentativas, o prefeito não tem conseguido convencer o governo do Estado a firmar qualquer parceria com a Prefeitura em benefício do povo de São Luís. Roseana Sarney tem bilhões nos cofres, mas não se dispõe a gastar um centavo para melhorar nossas ruas, escolas e hospitais. Até agora só com o governo do Estado o prefeito falhou. Talvez porque ao governo só interesse (e apavore) a próxima eleição.

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