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‘Insensato coração’

O roteiro escrito ao longo dos últimos dois anos e meio pelo prefeito João Castelo com vistas à construção do Hospital Central de Urgência e Emergência de São Luís tem sido digno de novela das oito, líder de audiência, na qual os personagens bons – por mais que sofram vários percalços ao longo da trama – acabam tendo final feliz, com a torcida do telespectador que assiste a tudo ansiosamente do outro lado da telinha. Nesse sentido, os capítulos mais recentes, protagonizados pelo Tribunal de Justiça, sinalizam para a liberação da concorrência pública desta que é uma das obras mais aguardadas pela população da capital maranhense, bem como de todo o interior do Estado.

Senão vejamos: a novela do Hospital Central de Urgência e Emergência começou nas eleições de 2008, como uma das principais propostas de campanha do então candidato a prefeito João Castelo. Previsto para ser construído num terreno amplo do Angelim, quase em frente ao Makro, o projeto do hospital com mais de 200 leitos e atendimento de alta complexidade caiu na boca e no gosto do povo, que clama por melhores serviços na área de saúde. Como dizia Castelo à época, a saúde de São Luís e do Maranhão estava à beira do cemitério.

Passados os capítulos das eleições, a novela prosseguiu com o prefeito recém-empossado desapropriando a área para a construção do hospital e implantação do Parque da Saúde no entorno da lagoa do Angelim. Só que aí surgiu na trama a governadora Roseana Sarney. Após a cassação de Jackson Lago, ela alegou, a pretexto de construir apartamentos para servidores, que ali não poderia ser erguido o grande hospital do município.

Com a repercussão negativa, logo o Governo do Estado apressou-se em oferecer uma área bem localizada, em frente à Rodoviária, para que o projeto saísse finalmente do papel.

Na verdade, esse foi um dos capítulos mais intrigantes da trama, pois na verdade foi dado um presente de grego à prefeitura. Bastou João Castelo desistir de levar adiante o processo de desapropriação da área do Angelim para o próprio governo colocar os seus atores coadjuvantes em cena, afirmando que na área cedida também era impossível construir o hospital, pois se tratava de uma reserva ambiental.

Sem se dar por vencido na empreitada, o prefeito seguiu em frente e desapropriou um terreno foreiro do Município, nas imediações da Avenida Luís Eduardo Magalhães. Só que, como se não bastasse, depois de preparado todo o processo licitatório, eis que o Tribunal de Contas do Estado e uma juíza de primeira instância proferiram decisões impedindo a realização do certame, com base na ação de uma “construtora”, sabe-se lá de quê, com sede dentro de uma agência de publicidade.

A novela continuou se arrastando e agora a trama começa a dar sinais de que o final da novela vai acontecer de acordo com o desejo da opinião pública, no estilo das grandes peças da teledramartugia brasileira. Pautados na premissa de que a saúde é direito universal de todos os cidadãos e que urge a construção de um hospital de referência em São Luís, o presidente do Tribunal de Justiça, Jamil Gedeon, e a desembargadora Raimunda Santos Bezerra decidiram assegurar a concorrência pública, para os aplausos, neste caso, de toda imensa platéia carente da Ilha.

Agora, resta a todos aguardar o desfecho da novela do Hospital Central de Urgência e Emergência. E, nesse episódio, não importa se o hospital, com todas as dificuldades que atravancaram o início de sua construção, ficará pronto daqui a um ou dois anos que sejam.

O que mais vale é a perseverança do prefeito para dar melhores condições e qualidade de vida às camadas mais necessitadas da população. Enquanto isso, a área do Angelim proibida para construção do hospital continua lá, intacta, sem um apartamento sequer construído para o servidor estadual. (Informe JP deste domingo)

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