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O maranhense que votou pela cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ)

Foto: Reprodução.

O maranhense Júnior Lourenço (PL), ex-prefeito de Miranda do Norte, é um dos 14 parlamentares que votaram pela cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) no Conselho de Ética e Decoro da Câmara.

Braga é acusado de quebra de decoro por expulsar do Congresso, com empurrões e pontapés, um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) que xingou sua mãe de “safada”, em abril de 2024.

Inclemente com o deputado psolista, em maio do ano passado, Júnior Lourenço votou contra a cassação do deputado Delegado Da Cunha (PP-SP), que foi flagrado em vídeo agredindo a ex-companheira. À época, uma reportagem do Fantástico mostrou as imagens das agressões e ameaças — que foram gravadas por uma câmera escondida pela própria vítima do parlamentar. Em determinado momento do vídeo, o deputado Da Cunha diz: “Pode parar, senão vou te matar aqui.”

Júnior Lourenço faz parte de um grupo de 13 deputados que consideraram que a cassação seria medida excessiva, e o deputado Da Cunha recebeu apenas uma censura verbal do Conselho de Ética.

O parlamentar maranhense também tem sido bem mais complacente com os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. No início deste mês, Lourenço assinou o pedido que garante uma tramitação mais rápida ao PL da Anistia, que pretende perdoar a turba raivosa que invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília, para tentar um golpe de Estado.

Os últimos posicionamentos de Júnior Lourenço mostram que ele aprendeu a lição de casa. Depois de quase ter sido expulso do PL, em junho do ano passado, por votar contra a cassação de André Janones (Avante-MG), o deputado maranhense não se atreve mais a contrariar o partido controlado por Bolsonaro e Valdemar Costa Neto — ainda que isso signifique livrar a cara dos que atentaram contra a democracia brasileira.

Casa do Povo?

Enquanto a população segue sem informações sobre a nova licitação do transporte público da capital, que impacta diretamente as mais de 700 mil pessoas que utilizam o sistema todos os dias, a Câmara Municipal de São Luís gastou mais de uma hora, na sessão da última terça-feira (15), discutindo o uso de banheiros públicos e privados.

A Casa aprovou o Projeto de Lei 201/23, que proíbe que mulheres trans utilizem “banheiros, vestiários e espaços similares destinados ao público feminino em órgãos públicos e instituições privadas no município”. De autoria do vereador Marquinhos (União Brasil), que afirmou na tribuna que a matéria não tem teor discriminatório, o PL se refere a mulheres trans como “pessoas que nasceram com sexo biológico masculino, mas se identificam como mulheres”.

Ao justificarem o voto favorável à proposta, que agora segue para sanção ou veto do prefeito Eduardo Braide (PSD), os vereadores citaram repetidas vezes palavras como família, mãe, irmã e filha. Outros termos importantes, como lei, constitucionalidade e respeito, ficaram de fora da discussão da Casa do Povo.

(Texto publicado originalmente na edição impressa do Jornal Pequeno).

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