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Vereadora de São Luís que minimizou 8 de janeiro já disse que eleição de 2022 foi fraudada e que “Forças Armadas se acovardaram”

Foto: Leonardo Mendonça / Câmara Municipal

Na terça-feira (25), enquanto a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) iniciava o julgamento que tornaria Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, a vereadora Flávia Berthier (PL) usou a tribuna da Câmara Municipal de São Luís para defender que o ex-presidente é vítima de perseguição por parte do Judiciário e para minimizar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Para Flávia Berthier, a destruição bolsonarista, que causou um prejuízo estimado em R$ 15 milhões aos cofres públicos, deixou ao menos 44 policiais feridos e contou até com invasor simulando defecar no STF, foi uma manifestação legítima.

“O nosso povo foi, sim, para a Esplanada. Foram [sic] manifestar. Foram [sic] revistados antes de entrar na Esplanada. Não encontraram nada, nenhuma ferramenta de corte, nenhuma faquinha de mesa (…). Se houve algum excesso, que seja punido o que cometeu excesso, mesmo sendo do nosso povo, que seja punido quem quebrou uma vidraça, que pague multa, que seja punido no rigor da lei, não por achismo”, atenuou a parlamentar.

Antes de ser eleita vereadora, Flávia Berthier participou ativamente do acampamento bolsonarista em frente ao 24º Batalhão de Infantaria e Selva, no João Paulo, que contestava o resultado da eleição de 2022 e pedia intervenção militar no Brasil.

No dia 21 de dezembro de 2022, nove dias após a diplomação do presidente Lula pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Flávia Berthier escreveu no Twitter: “As FFAA são organizadas com base na hierarquia e disciplina, sob a AUTORIDADE SUPREMA do Presidente da República @jairbolsonaro. Continuo crendo e não abro das minhas convicções. #BolsonaroAcioneFFAA #OLadrãoNãoSobeARampa.”

No dia 30 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro deixou o Brasil para, segundo a Polícia Federal, evitar eventual prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Flávia Berthier abriu uma live no Instagram para lamentar a covardia das Forças Armadas.

“Nós cobramos das Forças Armadas, que não fez [sic] o seu papel. Eu tenho por certo de que se o presidente [Bolsonaro] tivesse como acionar [as FFAA], se tivesse como resolver, ele não deixaria a nossa Nação desamparada”, disse. “A gente sabe que a eleição foi tomada, que foi uma fraude (…). As Forças Armadas infelizmente se acovardaram.”

Ao responder o comentário de um participante, Flávia Berthier argumentou que “se ele [Bolsonaro] convocasse as Forças Armadas e elas não fossem, ele ia preso na mesma hora. Íamos [sic] ter uma guerra civil no País.”

Na última terça-feira, na tribuna da Câmara, a vereadora foi menos efusiva ao falar sobre o resultado da eleição de 2022, mas ainda reproduziu uma antiga fake news sobre o código-fonte das urnas eleitorais brasileiras.

“Tudo que nós queríamos era a transparência de uma eleição que não nos deram, tudo que nós fazíamos era pedir o código-fonte [das urnas] e não nos deram. E hoje eu não vou questionar sobre isso, nós não podemos mais questionar sobre isso, o presidente Lula está hoje no governo, é presidente desta Nação. Mas eu quero explicar as razões pela qual [sic] nós estávamos nas ruas. Nós não somos pessoas desequilibradas.”

Ao contrário do que afirma a vereadora, o código-fonte que dá os comandos para o sistema eletrônico de votação foi aberto pelo TSE um ano antes das eleições de 2022 para inspeção das entidades fiscalizadoras, como partidos políticos, Ministério Público, universidades e, naquele pleito, Forças Armadas.

No dia 9 de novembro de 2022, o Ministério da Defesa do governo Bolsonaro divulgou um relatório com o resultado da inspeção do código-fonte feita pelas Forças Armadas. O documento não menciona nenhuma irregularidade nas eleições.

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