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PSB rejeita PSDB e quer apoiar candidato de esquerda; favorito é Ciro Gomes

Em um “reencontro” com as suas origens de esquerda, o PSB aprovou nesta sexta-feira uma resolução nacional que impede o apoio do partido a candidatos que não sejam desse segmento ideológico. Em congresso, os socialistas reforçaram a tendência de não lançar candidato próprio, mas rejeitaram uma aliança com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

A restrição ao tucano se deve à pressão da base popular do partido, que quer a legenda definitivamente de volta para o campo de esquerda. Dos 1.200 delegados no congresso da sigla, 690 são ligados aos segmentos sociais. “Chance de apoiar Alckmin é praticamente zero”, resumiu o deputado Bebeto Galvão (PSB-BA).

O principal defensor da tese era o vice do tucano, Márcio França, que via na aliança uma possibilidade de ter o PSDB ao seu lado para disputar a reeleição. Como o apoio recíproco se tornou praticamente impossível – pela decisão tucana de ter um candidato próprio, provavelmente o prefeito João Doria –, o próprio França mostrou estar desistindo da ideia. “Não sou eu quem não vai dar palanque para Alckmin, ele que estará no [palanque] do Doria”, afirmou.

Nos bastidores, a candidatura do vice em São Paulo é uma das prioridades do partido, ao lado de outras nove candidaturas estaduais e da eleição de deputados federais. Para isso, é possível ainda que o PSB apenas não se coligue com nenhum candidato e libere os estados para fazer seus arranjos de preferência.

Márcio França conversa com o Podemos, que tem o senador e ex-tucano Alvaro Dias (PR) como pré-candidato ao Planalto. Nos bastidores, o vereador paulistano Mário Covas Neto, que também deixou o PSDB, é cogitado para se filiar ao partido de Alvaro e integrar a chapa socialista como candidato a vice-governador ou ao Senado. Em troca, França se distanciaria de Alckmin e abriria espaço para o senador em seu palanque.

Caso prevaleça a tese da candidatura própria, o PSB tem dois pré-candidatos colocados: Aldo Rebelo, ex-ministro do Esporte e da Defesa, que trocou o PCdoB pelo partido em 2017; e o ex-deputado Beto Albuquerque (RS), candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva em 2014. Nenhum dos dois, no entanto, empolga a militância.

Parte da legenda flerta com o nome de Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) que exige uma unanimidade em torno do seu nome, o que é considerado quase impossível dada a fragmentação que a legenda passou a apresentar após a morte do seu principal líder, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2014. Em caso de aliança, o favorito é o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT).

(Com Estadão Conteúdo)

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