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Por 2018, Alckmin e Doria rodam o país

Em Curitiba, na semana passada, o prefeito paulistano João Doria (PSDB) ouviu o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), dizer que “espera que, em breve, ele coloque o estilo empresarial de governar em todo o país”.

Aliados seus, entusiasmados com eventual campanha nacional, procuraram saber o paradeiro do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que pretende disputar a Presidência da República em 2018.

Estava na pequena Monte Mor (55 mil habitantes), no interior paulista, onde ele gravava vídeo ao lado de uma beneficiária de programa de habitação do governo.

Faz parte de sua rotina. Desde 2011, dos 645 municípios paulistas, o governador não visitou ainda apenas 17.

As viagens para fora do Estado foram menos numerosas: nove neste ano. Mas a tendência é esse número aumentar em breve.

Não à toa, o discurso ensaiado por Alckmin para 2018 é o da entrega e da experiência, um contraponto à onda do “novo” e do antipolítico.

A ideia da equipe do governador é que ele vá à região Nordeste em breve e percorra o interior do Pará até a fronteira com o Mato Grosso –roteiro que ele já adiou uma vez.

Já Doria tem planos de aportar em Palmas (TO), Natal (RN) e Fortaleza (CE) só na próxima semana.

Depois, deve ir a Vila Velha (ES) e Campina Grande (PB), em setembro, e ainda comparecer ao popular Círio de Nazaré em Belém (PA) em outubro, entre possíveis outras paradas.

O prefeito paulistano usa seu jato particular para se transportar.

Alckmin vai de avião de carreira, cuja passagem é custeada pelo Estado paulista –ele tem em todas as viagens uma agenda oficial como governador.

Cada um a seu estilo, os dois potenciais presidenciáveis do PSDB rodam o país e pretendem intensificar a agenda nacional em uma espécie de demonstração de força tácita com vistas à eleição de 2018.

ACASALAMENTO

A batalha silenciosa entre padrinho político e sua cria está em fase de aquecimento, dizem políticos com trânsito com ambos.

Governador e prefeito fazem uma dança de aproximação de partidos.

Na semana passada, Alckmin jantou com a cúpula do PP em Brasília.

Dois dias depois, Doria recebeu o deputado federal Guilherme Mussi, presidente estadual da sigla, para almoçar na prefeitura.

Segundo a Folha apurou, os encontros transpareceram a intenção de ambos de não deixar a relação esfriar.

Na sexta (11), Alckmin foi mais direto quanto a seus projetos. Em uma palestra em Porto Alegre ele apostou que “2018 será a eleição da experiência” e relativizou o “novo”. À noite, foi recebido em jantar pelo governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, ao lado de políticos do PP e do PSDB.

O tucano Nelson Marchezan, prefeito da capital gaúcha, um “cabeça-preta” (integrante da ala jovem) próximo de Doria, fez um aceno ao governador.

Disse que “quem é moderno há mais tempo, quem é novo há mais tempo é Geraldo Alckmin”.

No dia seguinte, o governador foi a Florianópolis em evento do Instituto Teotônio Vilela, com participação de políticos do PP, PR e PSB.

Ele corre por dentro, articulado com a cúpula do PSDB. O presidente interino, Tasso Jereissati, é visto pelo entorno de Doria como alinhado com o governador.

A tática de Alckmin tem sido pressionar pela realização de prévias no partido ainda neste ano para definir o candidato tucano à Presidência, o que constrangeria Doria a enfrentá-lo –ou não–, e isso menos de um ano depois de o prefeito tomar posse.

GRANJA

Doria corre por fora. Auxiliares calculam que, se ele se tornar um nome “aclamado” e popular, avançará casas rumo à candidatura. Para isso, precisa viajar pelo país.

Em outra frente, o prefeito se aproximou de lideranças tucanas em quem sentiu reciprocidade como os senadores Flexa Ribeiro (PA) e Cássio Cunha Lima (PB) e o ministro Antonio Imbassahy.

Da mesma forma fora do PSDB. Ele mantém vivos os laços com Marcos Pereira, do PRB, e Antonio Carlos Rodrigues, do PR, por exemplo.

No DEM, tradicional aliado dos tucanos, o secretário paulista Rodrigo Garcia é o elo com Alckmin.

Doria ficou próximo de ACM Neto, prefeito de Salvador, que o recebeu na capital baiana nesta semana.

Foi lá que o tucano fez do ovo que levou na cabeça um omelete, como se regozijou depois. A notícia da ovada acabou ganhando repercussão nacional, motivo de comemoração para seu grupo.

Um auxiliar disse que levaria ovos no bolso nas próximas viagens de Doria. Precisará de uma granja. (Folha de SP)

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