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Os impactos da Lava Jato no MA: sarneisismo será exterminado

Blog John Cutrim com informações de JM Cunha Santos – Até 2018, nada ou muito pouco sobrará da imagem e poder de articulação dos autores intelectuais do sarneisismo nesse Estado. O confronto com a Justiça e, por extensão, com a vontade explicita de todo o povo brasileiro, os encaminha para o mais profundo fosso do limbo político. O futuro dos membros da família Sarney e de seus principais correligionários do grupo está marcado pela antevisão de inelegibilidades, prisões, autocomiseração e tornozeleiras eletrônicas. É assim, todos sabem e concorrer nessas condições a qualquer cargo político constitui-se muito mais em ato de autoflagelação que em ameaça a qualquer adversário político. Senão, vejamos:

O ex-senador José Sarney está sendo investigado no STF como sendo um dos mentores de uma organização criminosa acusada de obstrução da Justiça pela Procuradoria Geral da República. O ministro Edson Fachin, novo relator da Operação Lava Jato no STF, determinou abertura de inquérito para investigar Sarney, acusado de integrar uma ‘quadrilha’ e ‘organização criminosa’. Em delação premiada o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado revelou que José Sarney recebeu propina de contratos da Transpetro durante nove anos, no valor total de R$ 18,5 milhões.

Lobão está assando numa fogueira de bruxas que Lava Jato nenhum seria capaz de apagar, desde que foi guindado à Presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. E ofende a Justiça e todos os magistrados do país ao defender a anistia aos políticos envolvidos com Caixa 2, mudanças na legislação com relação às delações premiadas e, principalmente, um absurdo projeto de Lei de Abuso de Autoridade, obra de Renan Calheiros, que prevê a punição de juízes pela universalidade de suas decisões. Lobão está se tornando o inimigo público número 1 da Justiça brasileira e da própria força-tarefa da Polícia Federal que em nada ficará contente vendo o trabalho de anos ser dizimado a golpes de legislação biônica.

Lobão é investigado em quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Dois deles apuram a participação do parlamentar no esquema de corrupção instalado na Petrobras e desvendado pela Lava-Jato. Outros dois são desdobramentos da operação e investigam irregularidades na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A Polícia Federal (PF) apontou que Lobão acertou em 2014 uma propina de R$ 30 milhões com Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, para financiar campanhas do PMDB. Na época, Lobão era ministro de Minas e Energia.

Roseana Sarney tem sobre a cabeça os espectros amaldiçoados do doleiro Alberto Youssef e do ex-executivo da Petrobrás, Paulo Roberto Costa e mais o processo corrente na Justiça do estado, acusada que foi, junto com seu ex-secretário da Fazenda, Cláudio Trinchão, do desvio de R$ 1 bilhão. Há uma ação ingressada pelo Ministério Público do Maranhão de improbidade por um suposto rombo de R$ 1 bilhão nos cofres estaduais no esquema de fraudes em isenções fiscais quando Roseana era governadora. Roseana pode pegar até seis anos de prisão.

Sarney Filho, seja candidato ao que for, não suportará o peso do próprio nome que não resiste nem a 5 dias de propaganda política gratuita na televisão.

Ricardo Murad tem sobre a cabeça a acusação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal de liderar uma organização criminosa que desviou R$ 1 bilhão durante sua gestão na Secretaria da Saúde.

Fernando Sarney, espécie de cofre-forte da família, com a crise financeira instalada no Sistema Mirante de Comunicação por absoluta ausência de recursos públicos, parece conformado com o destino de vender hamburguers maltratados nos shoppings de São Luís.

Em julho de 2007, Fernando Sarney foi indiciado pela Polícia Federal sob a acusação, entre outros crimes, de falsificar documentos para favorecer empresas em contratos com estatais. Fernando foi o principal alvo da Operação Boi Barrica (renomeada posteriormente para ‘Faktor’), criada em 2006 para investigar suspeitas de caixa dois na campanha de Roseana Sarney ao governo do Estado. Às vésperas da disputa, ele havia sacado R$ 2 milhões em dinheiro. O empresário foi indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Pela investigação, o órgão mais beneficiado pelos crimes foi o Ministério de Minas e Energia — então controlado politicamente por seu pai, José Sarney.

Fernando Sarney sempre alegou inocência no caso, e o processo segue até hoje, correndo sob segredo de Justiça.

Por falta de nomes imunes à Justiça e à Polícia, resta saber quem serão os novos líderes do sarneisismo no Maranhão. Ou o fim já foi decretado.

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