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Márcio Lobão, vinhos e obras de arte

Lauro Jardim, O  Globo – Márcio Lobão, um dos alvos de hoje da Lava-Jato, apareceu pela primeira vez nos malfeitos ligados ao pai senador em junho de 2016, quando tornou-se pública a delação de Sérgio Machado.

Era Marcio quem recebia, em mãos, um mensalão de R$ 300 mil, conforme Machado.

Márcio Lobão é conhecido por ser amante de bons vinhos tintos franceses (dá preferência aos de Bordeaux). Participa de várias confrarias de amantes de boas safras. É dono de uma adega de qualidade.

Notabilizou-se também, desde que foi morar no Rio de Janeiro, há pouco mais de uma década, por colecionar obras de arte. Tem um excelente acervo. Parte deles adorna paredes até dos banheiros e lavabos do seu apartamento de frente para o mar do Leme.

O casamento do filho de Lobão com Marta Fadel, em 2001, parou o Rio de Janeiro.

A cerimônia ocorreu na Igreja da Candelária e a pajelança, no Forte Copacabana. Os 1,3 mil convidados esbaldaram-se com a Orquestra Sinfônica Brasileira e Jorge Ben Jor. Nas mesas, o clã Lobão ofereceu jantar com direito a caviar, champagne francês e vinhos que não falam português.

Há exatamente dez anos Márcio Lobão assumiu a presidência da BrasilCap, empesa do Banco do Brasil e do Icatu. Uma indicação, naturalmente, do seu pai senador.

FAMÍLIA LOBÃO NA MIRA DA PF

A participação da família do senador Edison Lobão na distribuição de propina da Usina de Belo Monte foi detalhada por Flávio Barra, executivo da Andrade Gutierrez que assinou acordo de delação premiada. Em depoimento em junho de 2016, Barra contou que a maior parte do dinheiro de propina destinada ao PMDB foi paga por meio de doações eleitorais. Segundo ele, Edison Lobão indicou o filho, Márcio Lobão, como o contato para receber dinheiro destinado ao partido.

Em outubro do ano passado, o GLOBO mostrou que o ex-ministro Antonio Palocci foi apontado por Otávio Azevedo, ex-presidente da holding Andrade Gutierrez, como o responsável pela negociação da propina nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para o PT e também para o PMDB. Palocci, que não é alvo da ação de hoje, é suspeito de ter movimentado R$ 128 milhões em propinas da Odebrecht,

Em depoimento de delação premiada, Azevedo disse que Palocci pediu 1% do valor da obra a ser dividido entre os dois partidos e indicou que as quantias deveriam ser pagas a João Vaccari Neto, do PT, e Edison Lobão, do PMDB, então Ministro de Minas e Energia. O pedido teria sido feito durante um encontro num apartamento na Asa Norte de Brasília, a convite do ex-ministro, logo depois de a então ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, comunicar que a proposta técnica da empresa havia sido escolhida para tocar as obras da usina, e que a Andrade Gutierrez seria a líder do consórcio, com participação de 18%.

O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado disse em delação premiada que Márcio Lobão, filho de Lobão, recebia em nome do pai R$ 300 mil mensais em propinas, em dinheiro vivo. No total, entre remessas com as descritas acima e outras modalidades, Machado conta que direcionou R$ 20 milhões para Lobão.

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