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José Reinaldo defende Temer e afirma: “parece não haver motivos para cassar o presidente”

Em artigo publicado no Jornal Pequeno, o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) defende o presidente Michel Temer das acusações que vem sofrendo. Reinaldo sugere que há toda uma armação contra Temer. “existe alguma coisa poderosa por trás disso tudo?”, questiona.

Zé Reinaldo coloca ainda em prova o áudio da conversa feito pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, com o presidente Michel Temer, onde este deu aval para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha. “(…) pericia das fitas mostrava que haviam sido manipuladas”, afirma.

Abaixo, a íntegra do artigo de Zé Reinaldo.

As boas notícias da economia do começo da semana passada deram a impressão de que tudo ia melhorar. Mas, de repente um site da Globo trouxe uma notícia bombástica: O presidente Temer havia sido gravado por um empresário altamente beneficiado nos governos passados, o maior tomador de dinheiro do BNDES, teria feito um acordo com o Ministério Público e entregue gravações de conversas que teria feito com o presidente, conversas essas que seriam altamente comprometedoras para o presidente Temer. Este, teria mandado o empresário continuar a dar dinheiro a Eduardo Cunha em troca do silêncio dele.

Aquilo paralisou imediatamente o Congresso. As sessões de votação foram encerradas nas duas casas, sob intensa gritaria dos partidos de oposição que exigiam a renúncia do presidente e mudança da constituição para permitir eleição direta já, para escolha de um novo presidente. Era oportunista a motivação, pois vislumbraram uma oportunidade única para a volta de Lula ao governo.

Tudo parou no país aturdido pelas revelações. O boato corria solto. E só se falava na certeza da renúncia do presidente. Temer pediu a gravação e como não a recebia resolveu fazer um pronunciamento em que afirmou que não disse nada daquilo e que não renunciaria.

Mais tarde com a liberação da gravação viu-se que realmente Temer não disse o que a Globo afirmou que ele disse. Não há evidência de que teria mandado pagar nada para Eduardo Cunha ficar calado. A jornalista Vera Magalhães, com grande peso no jornalismo opinativo, da Folha de São Paulo, em uma importante declaração de humildade que só a engrandece, disse estar arrependida por ter tomado como verdadeiras as notícias difundidas pelo blog da Globo, e ter difundido, com veemência, aquela notícia sem checar todo o seu conteúdo, no que resultou no que chamou de efeito manada, em que com um estouro a manada corre desembestada, levando tudo em frente.

No sábado a Folha de São Paulo divulga que pericia das fitas mostrava que haviam sido manipuladas e o Presidente em pronunciamento disse que iria pedir a paralisação da investigação, que o Supremo autorizou sobre ele, até que seja feita perícia oficial das fitas. Nada disso arrefeceu a onda de ataques cerrados ao presidente. É assim mesmo que tem que acontecer, isso é normal, ou existe alguma coisa poderosa por trás disso tudo?

Existe um ditado que diz alguma coisa assim: “Existe algo mais no céu do que os aviões de carreira”. Se tem não sei, mas é bom ficar atento, pois “eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem”. Se as delações forem aquelas divulgadas e nada mais existir me parece não haver motivos para cassar o presidente. Mas, hoje ninguém sabe e vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

De qualquer maneira não há alternativas à Constituição. Assim falou o Decano do Supremo Ministro Celso de Melo e os Comandantes Militares. Mudar a constituição em tempos de crise para atender desejos de grupos ou de pessoas não é um bom caminho. Nunca dá certo. A última tentativa foi a instituição do parlamentarismo como alternativa para aceitar a posse do presidente João Goulart. Três meses depois um Plebiscito acabou com a tentativa insólita e restituiu os poderes do presidente, mas não arrefeceu a crise, que continuou até o rompimento institucional de 64.

Se o presidente tiver que sair do cargo teremos que cumprir a Constituição ou então a crise continuará e envolverá o país em grandes instabilidades. E tudo tem que ser resolvido logo, ou ficaremos envolvidos no agravamento da crise econômica que sempre é má conselheira.

O país hoje não tem dialogo para valer. Ninguém respeita ninguém e aos gritos tenta-se desclassificar o interlocutor. Ninguém ouve ninguém e isso torna mais difícil achar as soluções que precisamos, tanto para a crise política como para a crise econômica e social. Tudo isso vem da pregação irresponsável do “nós contra eles” dos últimos treze anos.

E logo quando precisamos tanto do entendimento e do diálogo.

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