A escolha de Fernando Segovia para comandar a Polícia Federal continua gerando perplexidade na imprensa nacional. Ele foi uma indicação do ex-presidente José Sarney. Nesta quarta-feira (22), o editorial do principal jornal do país, a Folha de S.Paulo, diz que o novo diretor geral da PF “atropelou a prudência e o rigor esperados de um ocupante de cargo tão decisivo”.

Para o jornal, Segovia “desmereceu uma evidência central do inquérito referente ao presidente que o nomeou”. O editorial se refere à declaração do novo diretor geral da PF de que a mala apreendida com R$ 500 mil com um ex-deputado não prova corrupção. Os investigadores da Lava Jato associam a mala ao presidente Michel Temer.

“Não se pode ignorar que foram extremamente infelizes as declarações”, afirma o editorial.

“Recorde-se que a mala em questão continha R$ 500 mil em dinheiro vivo; que foi entregue a um então auxiliar de Temer por um emissário da JBS em 28 de abril; que em 7 de março o mandatário indicara o mesmo ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures, para tratar de interesses da empresa no governo”, acrescenta o jornal.