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A história envolvendo o decano Celso de Mello e Sarney

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O ministro decano (mais antigo) do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello é citado em uma das histórias do livro “Código da Vida”, do jurista Saulo Ramos, que foi consultor-geral da República e ministro da Justiça no governo Sarney.

Corria o ano de 1990 e José Sarney era candidato a senador pelo Amapá. Adversários entraram na Justiça com o objetivo de impugnar a candidatura de Sarney. Em questão estava a validade do domicílio eleitoral do político maranhense no Amapá.

A questão foi parar no STF.

O pedido caiu nas mãos de Marco Aurélio, que deu a liminar em favor de Sarney. E relata Saulo no livro: “Veio o dia do julgamento do mérito pelo plenário. Sarney ganhou, mas o último a votar foi o ministro Celso de Mello, que votou pela cassação da candidatura de Sarney.”

Celso de Mello ingressou no STF em 17 de agosto de 1989, indicado pelo então presidente da República José Sarney.

Logo depois de votar pela impugnação, Mello telefonou ao seu padrinho, Saulo Ramos, para explicar-se.

Segue o trecho do livro.

— Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do presidente.

— Claro! O que deu em você?

— É que a Folha de S.Paulo, na véspera da votação, noticiou a afirmação de que o presidente Sarney tinha os votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou minha vez de votar, o presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do presidente.

— Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo noticiou que você votaria a favor?

— Sim.

— E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?

— Exatamente. O senhor entendeu?

— Entendi. Entendi que você é um juiz de merda.

 

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