O governador Flávio Dino rebateu a tentativa dos veículos de comunicação de José Sarney de transferir a ele a culpa do atraso do Maranhão vivida em 50 anos de desmando do grupo Sarney. “Depois de 50 anos, a mídia do império Sarney descobriu que as condições sociais do Maranhão eram precárias. Mas claro que a culpa é minha…“, ironizou Dino.

Um levantamento realizado pela consultoria Macroplan, divulgado por EXAME.com, mostra que os governos de Roseana Sarney levaram o Maranhão à condição de pior estado em qualidade de vida do país e com maior desigualdade social. A pesquisa tem como recorte dez anos (2005-2015). Período em que o Maranhão foi governado por Roseana Sarney por cinco anos, entre 2009 e 2014. Não por coincidência, 2009, 2013 e 2014 foram os anos em que houve o maior número de estados que pioraram ou estagnaram suas posições no ranking.

De acordo com Flávio Dino, “a “descoberta” fantástica visa tentar ocultar os processos que o ex-senador Sarney responde por participação em organizações criminosas”. Sarney foi denunciado no ‘quadrilhão do PMDB’ por integrar organização criminosa que desviou recursos públicos e obteve vantagens indevidas, sobretudo no âmbito da administração pública e do Senado Federal.

“Em vez de me agredir tanto, por que a mídia do império Sarney não se ocupa de demonstrar que o ex-senador não participa de quadrilhas?”, questionou Dino.

José Sarney é acusado de desviar dinheiro da Transpetro em transações intermediadas pelo ex-presidente da estatal Sérgio Machado. Em um dos depoimentos que prestou ao Ministério Público Federal, depois de fazer acordo de delação, Machado disse que repassou R$ 18,5 milhões a Sarney no período em que foi presidente da Transpetro (2003 a 2015).

O LEGADO DE MISÉRIA E ATRASO DE ROSEANA

Assim que deixou o governo, em 2014, o Maranhão era o último nos indicadores sociais. Ficou uma herança de pobreza, desemprego e insegurança. Nos quatro mandatos de Roseana Sarney, restou um grande saldo negativo: 2 milhões de maranhenses abaixo da linha de miséria (renda per capita de R$ 70 por mês); 64% da população passando fome e as três piores cidades do país em renda per capita localizadas no Maranhão. Além do mais, Roseana deixou apenas 6,5% dos municípios com rede de esgoto. Dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas, segundo o IBGE, dez estavam situados no Maranhão.

Até o governo de Roseana Sarney, vale lembrar, 64% da população maranhense passava fome, 19% era analfabetos, a mortalidade infantil afetava 39 bebês em cada 1000 nascimentos e apenas 7,8% dos domicílio tinha computador. O estado governado por Roseana tinha o maior percentual de miseráveis.

Em 2012, na administração de Roseana Sarney, o Maranhão tinha a segunda maior taxa de analfabetismo de jovens e adultos, com 20,8% da população de 15 anos ou mais sem saber ler e escrever e altas taxas de mortalidade infantil.

É um legado caótico que jamais será apagado da história, jamais apagarão da memória dos maranhenses os momentos de sofrimento vividos nesse estado sob o comando da oligarquia. Dias de fome, insegurança e desemprego que só se encerraram com a saída da filha de Sarney do Palácio dos Leões em 2014.