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Comissão reúne ex-ministros dos governos Sarney, FHC, Lula e Dilma em defesa dos direitos humanos

Um grupo de 20 personalidades, entre eles seis ex-ministros de quatro governos democráticos, vai lançar na semana que vem, em São Paulo, uma comissão que tem entre seus objetivos impedir retrocessos em conquistas nas áreas dos direitos humanos e cidadania asseguradas pela Constituição de 1988. O nome escolhido é Comissão Arns, em homenagem ao cardeal arcebispo d. Paulo Evaristo Arns (1921-2016), um dos mais ativos opositores do regime militar (1964-1985).

Entre os integrantes estão os ex-ministros Claudia Costin, José Carlos Dias, José Gregori, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Paulo Sérgio Pinheiro e Paulo Vannuchi, dos governos José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Pinheiro será o presidente e Margarida Genevois, de 95 anos, uma das pioneiras na luta pelos direitos humanos no Brasil, a presidente de honra.

Na semana passada, integrantes do grupo estiveram em Brasília reunidos com o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para anunciar a iniciativa. O texto de convocação para o lançamento não cita o novo governo nem o presidente Jair Bolsonaro mas fala em “riscos de retrocesso em conquistas celebradas na Constituição de 1988”.

“A história brasileira é marcada por graves violações dos direitos humanos mais fundamentais. Apesar dessa violência nunca ter sido objeto da devida atenção por parte do País, houve inegáveis avanços sob a égide da Constituição de 1988. Não podemos permitir, agora, que ocorram retrocessos”, diz o manifesto que será lido no ato de lançamento, marcado para o dia 20, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Antes o grupo se reúne com representantes de organizações de defesa de direitos humanos já existentes com as quais a Comissão Arns pretende criar uma rede de proteção.

Segundo integrantes da comissão, a iniciativa nasceu no fim do ano passado, depois da eleição presidencial, motivada pelo discurso de setores aliados ao governo contra grupos vulneráveis. Com perfil suprapartidário, a comissão pretende abrir canais de diálogo com a institucionalidade, inclusive o governo. Segundo um integrante, a capacidade de dialogar com todos os setores durante a ditadura foi um dos motivos para que d. Paulo Evaristo Arns fosse escolhido como patrono da comissão.

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