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Ciro diz que foi “miseravelmente traído” por Lula e seus asseclas: “O PT elegeu Bolsonaro”

O ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que foi “miseravelmente traído” pelo ex-presidente Lula e seus “asseclas”. O terceiro colocado na disputa presidencial disse que não declarou voto em Fernando Haddad (PT), no segundo turno, por não querer fazer campanha nunca mais para o PT.

Em entrevista ao repórter Gustavo Uribe, Ciro criticou a atuação do PT para impedir o apoio do PSB à sua candidatura e classificou como “insulto” o convite do ex-presidente Lula para que ele assumisse a vaga de vice no lugar de Haddad.

Ciro afirmou que ouviu “um milhão de apelos” para não deixar a política e que sua responsabilidade aumentou porque o “país ficou órfão”. O pedetista afirmou que não lavou as mãos ao deixar o Brasil entre o primeiro e o segundo turno e não declarar apoio a Haddad e que compreendeu, durante a viagem, o que aconteceu na eleição presidencial.

“O que aconteceu foi uma reação impensada, espécie de histeria coletiva a um conjunto muito grave de fatores que dão razão a uma fração importante dessa maioria que votou no Bolsonaro. O lulopetismo virou um caudilhismo corrupto e corruptor que criou uma força antagônica que é a maior força política no Brasil hoje. E o Bolsonaro estava no lugar certo, na hora certa.”

Bajuladores

O ex-governador disse que Lula se corrompeu e não faz autocrítica por conviver apenas com “bajuladores”.

“Você acha que votei em quem com a minha história? Eles podem inventar o que quiserem. Pega um bosta como esse Leonardo Boff [que criticou Ciro por não declarar voto a Haddad]. Estou com texto dele aqui. Aí porque não atendo o apelo dele, vai pelo lado inverso. Qual a opinião do Boff sobre o mensalão e petrolão? Ou ele achava que o Lula também não sabia da roubalheira da Petrobras? O Lula sabia porque eu disse a ele que, na Transpetro, Sérgio Machado estava roubando para Renan Calheiros. O Lula se corrompeu por isso, porque hoje está cercado de bajulador, com todo tipo de condescendências”, disparou. “Cadê os críticos? Quem disse a ele que não pode fazer o que ele fez? Que não pode fraudar a opinião pública do país, mentindo que era candidato?”, emendou.

Ciro contou que Lula chegou a chamá-lo para ser seu vice no lugar de Haddad. “Por que o senhor não aceitou ser candidato a vice-presidente de Lula? Porque isso é uma fraude. Para essa fraude, fui convidado a praticá-la. Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o Haddad cumpriu. E não aceitei. Me considerei insultado.”

Asseclas

O pedetista criticou a manobra feito pelo PT para isolá-lo e impedir que o PSB o apoiasse e responsabilizou o PT pela eleição de Bolsonaro. “Pelo ex-presidente Lula e seus asseclas. Você imagina conseguir do PSB neutralidade trocando o governo de Pernambuco e de Minas? Em nome de que foi feito isso? De qual espírito público, razão nacional, interesse popular? Projeto de poder miúdo. De poder e de ladroeira. O PT elegeu Bolsonaro.”

Segundo o pedetista, o momento não é de reaglutinar a esquerda, mas de criar um novo campo político. “Não quero participar dessa aglutinação de esquerda. Isso sempre foi sinônimo oportunista de hegemonia petista. Quero fundar um novo campo, onde para ser de esquerda não tem de tapar o nariz com ladroeira, corrupção, falta de escrúpulo, oportunismo. Isso não é esquerda. É o velho caudilhismo populista sul-americano.”

Ciro Gomes também responsabilizou a imprensa pela eleição de Bolsonaro. Chamou o apresentador do Jornal Nacional William Bonner de arrogante e criticou a Folha por ter feito reportagem que contestava os dados positivos na área da educação apresentados pela prefeitura de Sobral (CE), sob comando de sua família e seu grupo político. “A imprensa brasileira nepotista e plutocrata como é é parte responsável também por essa tragédia.”

Veja a íntegra da entrevista de Ciro à Folha

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