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China e Irã negociam retomada de refinaria no Maranhão

Estatais petrolíferas da China e do Irã negociam retomar o projeto de construção de uma refinaria no Maranhão, suspenso após o início da crise da Petrobras.

De acordo com o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Felix, a unidade teria capacidade para processar 300 mil barris por dia, com investimento entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões.

As negociações são capitaneadas pelo governo do Maranhão, que já se comprometeu a transferir para os novos investidores o terreno doado à Petrobras, e podem envolver também investidor da Índia.

Segundo fontes, a empresa chinesa envolvida no projeto seria a estatal Sinopec. No Irã, o setor de petróleo é controlado pela estatal Nioc (sigla para Companhia Nacional de Petróleo do Irã).

O acordo envolve a venda de petróleo iraniano para a China, em substituição a volumes hoje exportados pelo Brasil. O petróleo brasileiro que hoje vai para o país asiático seria transferido para a nova refinaria.

Félix disse que o projeto deve ter apoio financeiro do banco de desenvolvimento chinês, que costuma financiar a exportação de equipamentos daquele país, e pode contar também com participação do BNDES.

O projeto é visto com desconfiança pelo mercado, diante do excesso de capacidade de refino na região do Atlântico, que tem reduzido os preços dos combustíveis.

Por outro lado, é consenso no mercado que o país precisará de investimentos para ampliar a capacidade de suprimento de combustíveis, diante de expectativas de crescimento de 20% na demanda até 2026.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o país importou até setembro uma média de 630 mil barris de derivados de petróleo por dia, um aumento de 21,6% com relação ao ano anterior.

Com o crescimento da produção do pré-sal, as exportações de petróleo aumentaram 36,9% no período, para 1,1 milhão de barris por dia.

O Porto de Itaqui, no Maranhão, é o principal porto de entrada das importações no país.

LAVA JATO

Na concepção original, anunciada pelo ex-diretor da Petrobras condenado pela Justiça Paulo Roberto Costa, a refinaria do Maranhão teria capacidade de 600 mil barris por dia.

Uma outra unidade seria construída no Ceará, com capacidade de 300 mil barris por dia. Os projetos foram alvo de investigações da Operação Lava Jato.

Em seu balanço do terceiro trimestre de 2014, a Petrobras anunciou a desistência dos projetos e assumiu perda de R$ 2,7 bilhões com os investimentos já feitos.

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