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Candidata pela 5ª vez, Roseana Sarney diz sofrer preconceito contra o nome

Roseana Sarney fecha a janela de enormes folhas de madeira na mansão do bairro Calhau, em São Luís, onde mora o ex-presidente José Sarney. Ela tem medo de pegar um resfriado com o vento nas costas. O dia está quente, mas o mar, que se avista da sala, assopra uma brisa agradável. A ex-governadora quer voltar ao poder no Maranhão, Estado que comandou de 1995 a 2002 e de 2009 (com a cassação do adversário Jackson Lago) a 2014. Avalia que está em situação mais confortável do que o governador Flávio Dino (PCdoB).

“Tenho a grande vantagem de a responsabilidade de ganhar a eleição ser dele, não minha”afirmou.

Flávio Dino fará campanha batendo no discurso de que uma vitória de Roseana significará a volta ao atraso do Estado, onde quase metade da população depende do Bolsa Família, 14% são analfabetos e 19% vivem na pobreza extrema. Dino responsabiliza a família Sarney.

“Existe preconceito contra o nome (Sarney), o nordestino e a mulher. Fui a primeira mulher eleita governadora de um Estado brasileiro, isso em 1994. Até falei no meu discurso sobre o preconceito contra as minorias. Nós sofremos preconceito. Sou nordestina e filha de José Sarney, mas o povo sabe o que ele quer”, disse Roseana.

Dino não apresenta números que indiquem a reversão do quadro de miséria em seus quatro anos de governo. Alega que a crise no Brasil dificultou os avanços. Aposta em projetos na área de educação e, nas urnas, espera receber apoio dos eleitores de Lula. Segundo ele, o ex-presidente tem 65% das intenções de voto no Maranhão. Roseana disputa com Dino o título de candidata preferida do petista.

“Eu sou fã de Lula. Em 2002, eu trabalhei por ele e em 2006 fui sua líder no Senado. Sou amiga há muitos anos. Em 1989, votei no Lula (apesar das críticas a Sarney). Meu pai sabe. Defendo minhas posições com unhas e dentes”, afirmou.

A ex-governadora acha que o ex-presidente deveria ganhar a liberdade, sem que isso represente algum abalo à Lava Jato.

“Eu sou a favor de a investigação continuar. Não tenho nada a temer e, na minha cabeça, Lula não está preso por causa da Lava Jato, mas pelo apartamento (tríplex do Guarujá), pelo que eu vi.”

O apelo pelo ex-presidente é tanto que, na convenção estadual do MDB, em 29 de julho, o senador Edison Lobão, candidato à reeleição na chapa de Roseana, abriu espaço no seu discurso para seus apoiadores cantarem: “Olê, olê, olá, Lula lá”. Um cabo eleitoral mais velho se aborreceu: “O Sarneyzão não vai gostar disso”. José Sarney está mais preocupado com a reeleição da filha. (Época)

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