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Alunos de medicina da UFMA de Pinheiro reclamam do quadro caótico do curso

Alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus de Pinheiro, reclamam das péssima condições do curso na cidade. Além do atraso de mais de um mês nas atividades acadêmicas do semestre 2017.1, os acadêmicos denunciam que o quadro de docentes do curso não é satisfatório e a infraestrutura do prédio não é adequada.

“Estamos há mais de um mês atrasados em relação aos outros cursos e campus por conta de um adiamento do início das aulas. Vários problemas impossibilitam o recomeço das atividades em 2017.1, mas até agora apenas promessas foram feitas pelas instâncias superiores e responsáveis, mas nem uma real solução foi levantada. Queremos que nossa formação não seja tão comprometida por conta da falta de habilidade em administrar um campus da Ufma”, disse um dos alunos ao blog do John Cutrim.

Abaixo, segue abaixo nota de repúdio dos alunos de Medicina da Ufma em Pinheiro.

NOTA DE REPÚDIO

O Centro Acadêmico de Medicina Pericumã (CAMEP), representando os estudantes de Medicina da Universidade Federal do Maranhão, Campus V, por meio desta publicação, torna pública sua insatisfação com o comportamento omisso por parte da instituição frente aos pedidos de esclarecimento e notas emitidas pelas instâncias maiores (REITORIA E PRÓ REITORIA DE ENSINO), acerca dos problemas existentes e soluções apresentadas, cabendo aqui definir as soluções como sendo de caráter emergencial, dado os problemas somados em um período de mais de três anos, desde a implementação do curso até a entrada da sétima turma.

O curso de Medicina exige planejamento, investimento e estudos pedagógicos para seu funcionamento, e sobre o ideal levantado pelo Programa de Apoio à a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo decreto n° 6.096 de 24 de abril de 2007, integrante do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que tem por objetivo ampliar o acesso e a permanência dos acadêmicos na educação superior, juntamente ao Programa Mais Médicos, instituído por medida provisória n° 621, publicada em 8 de julho de 2013, regulamentada pela Lei n°12.871, que objetiva diminuir a carência de médicos em regiões de déficits significativos, sendo aplicado a formação médica no pais, permitiram a implementação do curso de Medicina na cidade Pinheiro, na Universidade Federal do Maranhão, sob a perspectiva de atingir os objetivos tratados nesses dois programas além das Diretrizes de Educação Médica no País, que visam a formação do médico dotado de conhecimento relacionado ao contexto onde ele realiza sua formação e trabalho.

O curso enfrenta dificuldades desde o seu início. Dentre os problemas existentes, temos um quadro que se repete, com intensidade elevada a cada nova turma adentrada, o que, apesar da insistência dos discentes, docentes e coordenação em tornar a instituição ciente, essa postergou a administração de um conjunto de soluções, resultando em um quadro caótico, responsável pela inviabilidade de início do semestre 2017.1, com atraso de mais de um mês mas atividades acadêmicas, e nenhuma previsão de retorno existente.
Esse quadro é composto por problemas como:

• CORPO DOCENTE: O quadro de docentes atual ainda não é satisfatório, decorrente do déficit de inscritos nos editais de concursos lançados e pedidos de exoneração dos aprovados após um período assumido. Dentre as razões para tal, estão a região, com dificuldades características que tornam a vinda desses profissionais pouco atrativa, salários baixos, dentre outras. Essa justificativa, pertinente a propostas de implantação do curso de Medicina em regiões do interior do país, torna incoerente a persistência das medidas de solução tomadas anteriormente pela instituição pautadas na legislação do Ministério da Educação, referente às IFES, uma vez que o quadro é extremamente peculiar e se enquadra nas características apontadas pelos dois programas (REUNI e Mais Médicos), tendo assim a necessidade de soluções específicas para esses problemas;

INFRAESTRUTURA: O prédio, inicialmente vinculado ao curso de medicina, abarca atualmente três cursos, sendo dois integrais (Medicina e Enfermagem) e um noturno (Educação Física), apesar de que pela planta original o prédio teria o total de 8 salas de ensino, referentes aos 8 períodos de Medicina na instituição, tornando inviável a aplicação concomitante dos três cursos. Mais de uma licitação efetiva foi feita para construção do prédio, que nunca foi terminado apesar dos altos investimentos feitos, sendo a última verba destinada a complementação do prédio e sua reestruturação pautada em uma mudança de projeto pedagógico do curso, ainda não validada pela instituição;

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO: Uma mudança realizada no início do semestre 2016.2, sem validação total do projeto pedagógico do curso e a aplicação do mesmo para turmas já iniciadas sem consentimento das mesmas, foi feito, comprometendo um semestre inteiro, viabilizando um quadro ainda não esclarecido, sem responsáveis apontados e soluções emergenciais dadas. Módulos em déficit ficaram pendentes e matrículas inviabilizadas;

VAGAS OCIOSAS: O edital de n°184, liberado pela Pró-Reitoria de Ensino, referente a ocupação de Vagas Ociosas, promoveu uma série de problemas, ocasionando danos significativos, não só aos participantes do processo, os quais sofreram danos psicológicos e financeiros ainda não reparados pela instituição, mas também a própria comunidade acadêmica, que sofre com a indeterminação da instituição em apontar um caminho a ser tomado beneficiando todos.

A partir disso, reiteramos a necessidade das instâncias maiores em se posicionar oficialmente esclarecendo toda a situação, e além disso, apontar medidas a serem tomadas, de forma efetiva e concreta, para solução destes problemas e início das atividades acadêmicas.

Os acadêmicos do curso de Medicina da UFMA, Campus V, enquanto cidadãos e alunos comprometidos com o ensino superior público gratuito e de qualidade, externa esse documento, para ciência de toda comunidade acadêmica e outros que tenham acesso a essa nota, sobre a situação atual do curso de Medicina da UFMA, Campus de Pinheiro.

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