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Carlos Brandão nega entrega do PSDB ao grupo Sarney para salvar Aécio

Em conversa com o editor do blog, o vice-governador e presidente do PSDB no Maranhão, Carlos Brandão negou que haja uma articulação – neste momento – para que o ministro e pré-candidato ao Senado José Sarney Filho entre no ninho tucano. Contudo, não descartou tal possibilidade.

Existe muita fofoca, mas ainda não vi falar nada a respeito de Sarney Filho no PSDB. A não ser que queiram cobrar essa fatura no Conselho de Ética. Tudo é possível!“, afirmou Brandão.

O Informante revelou com exclusividade que um pacote nacional vem sendo costurado em Brasília para a salvação do mandado do senador Aécio Neves, e que envolve a Comissão de Ética do Senado, presidida por João Alberto, aliado de José Sarney.

Além da costura nacional, para que o PSDB permaneça com Michel Temer, haveria uma tentativa de, no Maranhão, tirar o partido da base de apoio do Governo Flávio Dino e levá-lo para o grupo Sarney, em troca de todo esforço de João Alberto, na Comissão de Ética, para salvar Aécio Neves. O senador maranhense teria sido orientado para protelar o máximo que puder, na comissão, a análise do pedido de cassação de Neves.

Na tentativa de incluir o Maranhão no pacote, o ex-presidente José Sarney cogita, inclusive, segundo apurou O Informante, conseguir o partido para o filho Zequinha, pré-candidato ao Senado em 2018. “Zequinha precisa de um partido forte no Maranhão para essa disputa”, seria o mote do pretendido acordo.

O presidente do PSDB do Maranhão acha remota essa decisão ser tomada agora pelo senador Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB. “Ele [Tasso] vai cuidar agora de se legitimar como presidente. Vai fazer a eleição do diretório nacional, pra eleger o novo presidente que deve ser ele. E aí sim, vai tomar as decisões futuras que estão pendentes. O Tasso não vai tomar decisões como interino. Nos estados do PA, PR, PB todos o PSDB é contra o PMDB“, declarou, ao blog, Carlos Brandão.

ACORDÃO AÉCIO, SARNEY, PSDB, JOÃO ALBERTO

O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto é aliado do ex-senador José Sarney que, por sua vez, é amigo de Aécio Neves. Aécio mantém, ao longo dos anos, uma sólida amizade com Sarney. No aniversário do político maranhense, comemorado no dia 24 de março, Aécio fez questão de comparecer e tirar fotos ao lado do velho amigo. Sarney, inclusive, votou em Aécio para Presidente da República. Os dois cultivam um excelente relacionamento pessoal e político e por isso, Sarney fará de tudo para livrar a cara do amigo tucano, a começar pedindo para João Alberto abafar o caso no Senado.

João Alberto já fez chegar a colegas que pedem a abertura do processo de cassação de Aécio Neves que não moverá uma palha até o Supremo decidir se prenderá ou não o tucano. Trata-se de uma estratégia para adiar o máximo possível atirar Aécio aos leões. Caso o Supremo Tribunal Federal decida pela prisão, ficará mais difícil para João Alberto manter-se sentado em cima do pedido de abertura do processo. Já se o STF o livrar Aécio da cadeia, aí é que o presidente do Conselho de Ética ficará ainda mais à vontade para não fazer o seu trabalho em prol da classe. A 1ª Turma do STF anunciou que iria julgar na próxima terça (20) o pedido de prisão do senador Aécio, feito pela PGR. O colegiado também vai examinar o recurso do tucano para retornar ao cargo, do qual foi afastado no dia 18 de maio.

O pedido de cassação de Aécio Neves foi protocolado pela Rede Sustentabilidade e pelo PSOL, com base na delação dos executivos da JBS. Na conversa, gravada no dia 24 de março deste ano e divulgada em 19 de maio, Aécio pediu R$ 2 milhões ao empresário para pagar advogados que fazem sua defesa nos inquéritos referentes à Operação Lava Jato. Pelo regimento do Senado, o presidente do Conselho de Ética, João Alberto, deveria emitir um parecer pela abertura ou arquivamento do processo em até cinco dias úteis.

Na época, Alberto alegou que não poderia responder sobre o caso porque o Conselho de Ética teria de ser reinstalado, já que o mandato dos senadores no colegiado estava vencido. O conselho foi reinstalado em 6 de junho, quando João Alberto foi reconduzido à presidência. O prazo para decidir sobre o caso Aécio venceu na terça-feira, 13.

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